Jamie concedeu uma entrevista a revista Vanitatis e falou sobre sua fase como modelo, seus primeiros anos como ator e a família que formou neste tempo.
- 29 de novembro de 2020
- Entrevistas, Wild Mountain Thyme
Nos acostumamos com tanta frequência a associar Jamie Dornan a Christian Grey que, às vezes, achamos difícil pensar nele como algo que não aquele personagem. Mas, desde seu conde Axel de Fersen em ‘Maria Antonieta’, de que estaremos falando nesta entrevista, até seu último filme, ‘Wild Mountain Thyme’, em que divide um pôster com a atriz Emily Blunt, o irlandês conseguiu construir uma filmografia da mais variada, uma carreira que vai muito além do clichê e de seu famoso sedutor dos ’50 tons de cinza ‘. Jamie conseguiu desenvolver um discurso próprio que rompe com o estereótipo sexualizado que muitos queriam atribuir a ele.
Essa imagem de um ícone sexual, pouco ou nada tem a ver com a pessoa calorosa e familiar que Vanitatis encontrou nesta entrevista: um homem de 38 anos com senso de humor, eloquente em suas respostas e com uma capacidade inata de esquivar-se das bobagens típicas do universo das celebridades. O ator é mais uma vez embaixador do perfume Hugo Boss The Scent, e por isso nos concedeu uma entrevista em que, mais que um irresistível homem bonito, encontramos um homem de família inteiro (ele tem três filhas em resultado de seu casamento com o compositora Amelia Warner) um artista que tem subido, passo a passo, os degraus de uma vida profissional da qual está muito orgulhoso.
Vanitatis: Qual é a sensação de ser uma imagem de referência para muitos homens ao redor do mundo?
Jamie: Assustado? (risos) Não sei, é uma daquelas coisas que tento não pensar muito. Eu ficaria louco se concordasse em ser um símbolo como você diz. Acho que só tenho que reconhecer que algumas pessoas pensam isso de mim. Agradeço, acho legal que muitos homens me vejam assim. Eu aceito, mas também não penso muito nisso.
Vanitatis: O que é Hugo Boss para você?
Jamie: Eu acho que é alguém que se sente confortável consigo, tem confiança, poder de sedução e masculinidade. São coisas que às vezes vejo em mim mesmo (risos), mas todos temos dias em que não nos sentimos seguros sobre nós mesmos. Acho que quando falo sobre essa campanha, sinto esse tipo de segurança.
Vanitatis: Jamie Dornan tem alguma rotina da beleza?
Jamie: Não faço muito para cuidar de mim mesmo. Tenho três meninas com menos de sete anos na família, e minha esposa e eu nos dedicamos a elas todas as manhãs para fazer com que elas se levantem, se lavem, comam e vão à escola. Toda a minha energia matinal vai para elas. Para ser sincero, mesmo antes de ter filhas, nunca fui muito bom em cuidar de mim mesmo. Eu sou péssimo em fazer dieta, por exemplo, mas recentemente, antes de fazer meu último filme, eu estava tentando proteger minha pele do sol, se foi um dia ensolarado ou não, debaixo dos meus olhos, no meu nariz, nas minhas bochechas. Isso vai me ajudar? Não sei.
Vanitatis: Além de ator, deu seus primeiros passos como modelo e como cantor. Se você tivesse que escolher entre as três profissões, qual você escolheria?
Jamie: Acho que já fiz isso, que já escolhi. Nunca quis ser modelo. Para ser sincero, nunca gostei muito. Sempre vi isso como uma forma de fazer outras coisas, não necessariamente atuar, mas tinha certeza que estava ali para acabar me dedicando a outra coisa. Além desta grande colaboração com a Hugo Boss, da qual tenho muito orgulho de fazer parte há três anos, já se passaram dez anos desde que deixei o mundo da moda. Olhando para trás, me sinto muito feliz por ter conseguido uma carreira como ator, algo que me mantém muito ocupado, mas é a minha paixão e eu cresço com ela a cada dia.
Vanitatis: Pensa o mesmo da Música?
Jamie: Eu também nunca quis me dedicar à música. Quando eu era modelo, tinha muito tempo livre e a música era uma forma de preencher esse tempo. Mas isso foi nos meus vinte anos, então há algo muito distante no meu passado. Agora estou muito feliz focado em ser um ator mais do que qualquer outra coisa.
Vanitis: Qual é o seu grande desafio como ator?
Jamie: Meu objetivo é continuar trabalhando. Este é um jogo imprevisível. A beleza de tudo isso é o desconhecido e isso é algo que eu gosto. Gosto de não saber o que te espera ao virar da esquina. Sinto-me com sorte, os atores vivem uma vida ótima e no meu caso também me permite dar uma vida esplêndida para minha família. Posso ganhar dinheiro de mil maneiras fazendo o que gosto, material que importa para mim e me motiva, e acho que nos últimos anos fiz isso. É apenas o que quero continuar fazendo.
Vanitatis: Olhando para trás, lembramos seu trabalho em inesperados filmes, como “Maria Antonieta” de Sofia Coppola. Como você experimentou aquela filmagem?
Jamie: Eu tinha 22 ou 23 anos. Esse foi meu primeiro trabalho e meu primeiro casting. Nem se quer tinha agente na época, só fui fazer um teste e de repente lá estava eu trabalhando com Sofia, que acabara de ganhar um Oscar por ‘Perdidos na tradução’, atuando em um filme produzido pela Sony, com muitos atores incríveis. Foi muito louco. Creio que não era plenamente consciente do que estava fazendo (risos). Lembro-me de como corríamos o tempo todo por Versalhes. Estou muito orgulhoso desse trabalho, embora gostaria de ter feito mais do que fiz. Ainda tenho amigos que conheci naquele filme, ainda mantenho contato com Rose Byrne e outras pessoas da equipe, embora tenham passado ..Quantos? Quinze anos desde que filmamos? Estou muito grato por ter sido meu primeiro trabalho e por fazer parte de um filme como esse. Admiro muito a Sofia (nos contou que vai ver o seu novo filme nessa semana).
Vanitatis: Existe um personagem dos seus sonhos?
Jamie: Não acho que devo pensar nisso como ator. Você não pode dizer que quero ser esse personagem em um romance ou trabalhar com esse diretor, porque a realidade é que isso pode nunca acontecer. Como eu disse a você, tenho feito alguns deles recentemente e me sinto muito conectado. Me sinto muito sortudo com o que consegui fazer e gostaria de continuar incorporando personagens de todos os tipos.
Vanitatis: Imagine que existisse uma máquina do tempo e você pudesse viajar no tempo para se aconselhar. Qual seria?
Jamie: Eu não sei se me daria um conselho (risos), mas se desse, me daria aquele que meu pai e amigos felizmente me deram: “Não se esqueça de onde você é, não se esqueça dos seus amigos, daquele grupo de amigos você tem por uma vida inteira”. Tenho a sorte de ter pessoas normais, embora se interessem pelo meu trabalho, não se deixam levar por essa ideia ridícula de sucesso hollywoodiano. Tenho a sorte de continuar a ter esse mesmo grupo de pessoas em minha vida e de manter os pés no chão.
Fonte: Vanitatis, novembro 2020.
- Notícia anterior: Jamie Dornan fala sobre Wild Mountain Thyme para a revista Variety
- Próxima notícia: Nossa review de Wild Mountain Thyme