Jamie Dornan fala sobre ‘Agente Stone’ para o Irish News.
- 08 de agosto de 2023
- Heart Of Stone
A estrela de Co-Down, Jamie Dornan, se junta a Gal Gadot no novo thriller de espionagem cheio de ação da Netflix, “Agente Stone”. Antes do seu lançamento no serviço de streaming no final desta semana, David Roy conversou com Dornan sobre como lidar com o seu papel com atuações corporais até o momento, os malabarismos de conciliar trabalho e vida familiar, atuar usando seu próprio sotaque e do por que ele está determinado a continuar fazendo trabalhos na Irlanda.
Em ‘Heart of Stone’, Jamie Dornan se une à própria Mulher-Maravilha, Gal Gadot, para um thriller de espionagem repleto de ação e reviravoltas, dirigido por Tom Harper (‘Wild Rose’, ‘Peaky Blinders’), onde ninguém é quem parece ser. Também estrelado por Paul Ready, Jing Lusi, Sophie Okonedo, Alia Bhatt e Matthias Schweighöfer, o enredo itinerante mostra uma equipe de espiões de elite do MI6 lutando para impedir que uma sinistra organização global conhecida como ‘The Charter’ obtenha o controle de um todo-poderoso sistema de AI de vigilância controlada. Poderá o manso e enigmático líder de equipe ‘Parker’ (Dornan), a altamente qualificada técnica de computação ‘Rachel Stone’ (Gadot) e o restante dos seus colegas sob disfarces poderão salvar o dia – ou já será tarde demais?
Conversamos com Dornan (41), que mora em Londres, sobre os desafios de assumir o papel que exigiu mais fisicamente em sua carreira.
O que te atraiu em Agente Stone?
Quando eu leio um roteiro, sempre tento me colocar no lugar do público para tentar avaliar como eles irão reagir e o impacto que as reviravoltas terão sobre eles. Há muitas reviravoltas neste filme – acho que é isso que o mantém divertido e empolgante. E há muito sobre ‘Parker’ que me atraiu: ele não é simplesmente o tipo de personagem espião bidimensional, ele possui várias camadas. E isso se desenrola de diferentes maneiras na história. Foi muito divertido interpretar esses diferentes aspectos dele.
O seu personagem, ‘Parker’, é de Belfast – isso foi algo que você teve influência?
Eu acho que originalmente, quando Greg Rucka escreveu o roteiro, ‘Parker’ era inglês – e eu estava pronto para interpretá-lo como um inglês. Mas daí Tom (Harper, o diretor) e eu tivemos uma conversa bem interessante num dia, onde ele teve usou um argumento bem forte sobre o porquê ‘Parker’ poderia ser do (Irlanda do) Norte e como esse aspecto no histórico pode justificar parte de seu comportamento no roteiro. Não fui que disse “Ah, veja bem, posso simplesmente manter meu próprio sotaque aqui?“, isso não me importava. E foi realmente simplesmente para nós, de uma certa forma – nada disso entra na história e você não descobre isso como telespectador, mas eu apenas pensei que acrescentava algo a isso – e, sim, egoisticamente, obviamente é muito mais fácil se eu não estiver em dificuldade com um sotaque.
‘Parker’ tem um primeiro nome?
Embora nunca seja revelado, Tom e eu criamos algumas versões diferentes – e acho que acabamos com ‘James’, que, novamente, sei que parece que eu estava tentando aproximá-lo ainda mais de mim.
Como foi trabalhar com Gal Gadot?
Eu me diverti muito trabalhando com a Gal, foi incrível. Ela é tudo que eu pensei que ela seria e muito mais – ela se sente muito confortável nesse gênero, nesse espaço. E ela é muito divertida, sabe? Gal e seu marido e parceiro de produção, Jaron (Varsano), estavam lá o tempo todo. E como eu era alguém que nunca havia feito nada neste universo antes, foi muito reconfortante e me fez sentir muito seguro por ela estar tão confortável com tudo isso. Sabe, ela é patroa nesses filmes. Ela fica super à vontade naquele espaço e é muito legal trabalhar ao lado dela e ver isso acontecer de perto. Acho que eu disse ‘sim’ para ‘Agente Stone’ dois ou três dias antes do Oscar, quando estava terminando a loucura da promoção e premiação de ‘Belfast’. Então, eu estava todos os dias com o Ken Branagh, que tinha feito ‘Morte no Nilo’ com a Gal e ele só tinha coisas boas a dizer sobre ela. Além disso, Kristen Wiig, com quem eu fiz um filme alguns anos atrás, fez o segundo de ‘Mulher Maravilha’ com a Gal. Muitas pessoas me disseram que ela era brilhante, então foi muito legal ir e notar que ela era mesmo.
Você estava procurando ativamente por um projeto de ‘ação’?
Para ser honesto, todo o meu lance de me transformar e interpretar outras pessoas para ganhar a vida, é fato de ter a oportunidade de fazer isso em diferentes cenários, mundos diferentes, gêneros diferentes. Eu me sinto muito felizardo por ter feito uma ampla gama de coisas até agora em minha carreira: adorei tentar encontrar um certo conforto em comédias insanas, interpretando psicopatas e em interpretar pessoas boas, pessoas más. As coisas muito dramáticas, as coisas muito bobas. Quero dizer, para mim, é disso que se trata, sabe? E eu amo isso. E (ação) é apenas um daqueles gêneros que cruzaram por mim,
por algum motivo. Não é como se eu não tivesse tido oportunidades neste universo antes, mas realmente não me atraíram, porque eu não achava que o roteiro era forte ou não havia pessoas empolgantes o suficiente envolvidas nele.
Então, sim, acho que estou de olho nisso há algum tempo e então isso se apresentou: Greg Rucka (produtor/escritor), acho que está no topo de seu mundo neste gênero, Tom Harper é um diretor com
quem quase poderia ter trabalho uma ou duas vezes antes e Gal Gadot já estava escalada – e obviamente você sabe como ela é brilhante. Portanto, há muitos elementos atraentes. Parecia o ajuste certo na hora certa.
Você se machucou durante as filmagens?
Eu até me machuquei um pouco – mas, sabe, nada de sério, nada que me impedisse de trabalhar no dia seguinte. De qualquer forma, sou alguém que gosta um pouco de se jogar– venho de uma histórico de rúgbi e gosto do lado físico disso. Eu tive que fazer muita (ação) nisso, muitas vezes em espaços
bem confinados. Eu tive uma longa luta em um teleférico que gravamos por um longo período e acabávamos em solavancos e com hematomas no final do dia. Mas eu gosto disso, sabe? Eu sou alguém que encontra um prazer estranho em ser socado. E eu gosto de treinar, eu treinaria naturalmente mesmo que não precisasse estar em boa condição física (para uma função). Eu sinto que é importante por razões de saúde e para minha mente, simplesmente me exercitar, seja futebol na terça à noite ou apenas ir à academia, ou correr, ou o que quer que seja. Sempre fui assim, não preciso de ser muito motivado. Particularmente desde que tive filhos, sinto que quero me manter fisicamente ativo. Então eu realmente amo esse lado físico das coisas e há mais disso nisso do quem qualquer coisa que eu já tenha feito antes.
Você acha difícil equilibrar sua atuação com sua vida familiar?
É um desafio constante, para ser honesto com você. O que eu diria sobre isso é que tenho muita sorte de poder escolher um pouco sobre as coisas de trabalho e quando e onde trabalho. Estou trabalhando longe de casa no momento, embora seja em Dublin e estou viajando para Londres todo fim de semana e (minha família) já veio aqui algumas vezes. Tentamos ter essa ‘regra de duas semanas’ que só quebrei duas vezes em 10 anos desde que sou pai, por isso é um desafio constante. Mas elas vieram para Portugal conosco quando estávamos filmando ‘Agente Stone’ e a maior parte foi filmada nos estúdios
de Shepperton em Londres, então era perto delas. E nós fizemos dar certo – elas estiveram na Austrália comigo durante cinco meses, dois anos atrás (durante as filmagens do thriller da BBC ‘The Tourist’) e elas estudaram lá o tempo todo. Não é fácil e não é normal, mas é normal para elas, de certa forma. Mas quando estou de folga, estou realmente de folga, entende o que quero dizer? Eu não trabalhei nos primeiros três meses deste ano e estava fazendo todas as idas para leva-las e busca-las na escola e vou tirar um pouco de folga depois deste trabalho – embora isso foi ligeiramente induzido pela greve dos
roteiristas. A próxima coisa que eu deveria estar começando, parece que estará começando no ano que vem, então vou passar muito tempo com elas.
Como você acha que trabalhar no exterior se compara a trabalhar na Irlanda?
Eu provavelmente não deveria dizer isso, mas, é apenas mais divertido na Irlanda. Gosto de me divertir no trabalho – acho que você trabalha melhor quando está relaxado. E não há nada mais relaxante do que estar perto de pessoas que entendem seu humor, entendem seu sotaque e se alinham com seu tipo de espírito. E para mim, obviamente porque sou de lá, isso só acontece naquela ilha.
Sabe, não estou dizendo que você não pode se divertir filmando e conhecendo diferentes culturas ao redor do mundo – isso é brilhante. Mas, não há nada como estar cercado por pessoas com as quais você cresceu cercado. É uma grande coisa, e até agora fiz questão de trabalhar na Irlanda, no norte e no sul. Sempre vou procurar isso, porque é importante para mim contar histórias de casa, principalmente com o norte e as complicações disso. Há muito mais histórias a serem contadas, então desejo continuar fazendo isso.
Agente Stone estará disponível na Netflix a partir de 11 de agosto, veja Netflix.com para mais detalhes. Esta entrevista foi realizada antes das greves do SAG em Hollywood.
Fonte: Irish News