Jamie Dornan diz o porquê de Belfast sempre será o seu lar.

O ator irlandês, Jamie Dornan, concedeu entrevista a edição de primavera da revista Dream Escape e contou do porquê Belfast será sempre um lar. Confira a tradução:

“Há uma música de Van Morrison chamada Coney Island”, Jamie Dornan me relembra. “Um dia, quando eu estava filmando minha primeira série, ‘The Fall’, há pouco mais de 11 anos, um amigo meu, Michael Malley e eu fomos a todos os lugares que Van Morrison menciona naquela música e tentamos fazer o que fosse que ele disse na letra. Situado entre as aldeias de Ardglass e Killough na Península de Ards, ‘Coney Island’ é mais uma faixa costeira do que uma ilha, mas não menos bonita do que evoca a canção . “Então paramos em Ardglass, tínhamos arenques envasados e conseguimos chegar a todos os lugares que ele menciona.” Van usa licença a poética na sequência de sua jornada, então a viagem de Jamie não funcionou exatamente como na música. “Mas nós sairíamos com o carro no acostamento e pararíamos qualquer um que víssemos andando por ali e apenas fazíamos algumas perguntas e diríamos a eles o que estávamos fazendo e por que estávamos lá. É tão bonito por lá e eu penso com muito carinho nessa parte do mundo.”

Estávamos conversando pelo Zoom [Aplicativo de chat por vídeo] de Dublin, Jamie da sua casa na Inglaterra, a qual ele divide com sua esposa, a compositora Amelia Warner, e suas três filhas.

“Estou aqui [no Reino Unido] há 21 anos, mas Belfast sempre será minha casa. Sempre a chamarei de casa. Isso significa que retorno lá tanto o quanto eu gostaria? Provavelmente não. Mas a realidade disso está baseada em ter três filhas pequenas e minha vida está estabelecida no Reino Unido. Mas tento trabalhar por lá o máximo que posso e tentarei fazer isso enquanto as pessoas estiverem dispostas a me dar uma carreira?”

Até o momento, a carreira de 22 anos de Dornan o levou de modelo Calvin Klein a estrela da tela global, com papéis principais em filmes e séries de TV, incluindo a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, A Private War e a série de sucesso, The Tourist, ao lado do drama policial, The Fall e do filme de 2021, Belfast, os dois últimos ambientados na cidade natal de Dornan.

“A minha coisa favorita a se fazer em Belfast é dirigir. Seja com amigos ou sozinho. Adoro dirigir por lá, absorvendo tudo.” Sua cidade mudou radicalmente desde que Jamie partiu para a universidade na Inglaterra, Stranmillis, um subúrbio ao sul de Belfast, conserva uma nostalgia especial. “Fui para a escola em Methody [Methodist College Belfast] e morei lá nos últimos dois anos. Stranmillis é uma pequena região de classe média de Belfast; o Lagan passa pelo fundo e você pode caminhar até lá. Quando filmamos a terceira [temporada] da série, The Fall, eu morava em uma casa lá, então tenho lembranças boas e um pouco emotivas de nós no final daquele trabalho o que meio que mudou minha vida.”

Sua última viagem para ‘casa’, em outubro de 2022, foi para o memorial de seu pai, que faleceu inesperadamente em 2021 por complicações do COVID-19. (A mãe de Jamie faleceu de câncer pancreático quando ele tinha apenas 16 anos.) Muitos amigos viajaram do exterior para apoiar Jamie e suas duas irmãs, incluindo seu agente de Los Angeles e seu melhor amigo de Toronto. Para muitos, foi a primeira vez que visitaram a Irlanda. “O motivo de estarmos lá foi triste, mas depois da cerimônia na Catedral de St Anne’s foi uma verdadeira celebração da vida. Fomos a um pub, o Dark Horse, que estava cheio de pessoas que conheciam e amavam meu pai e que nos conheciam e nos amavam. Foi uma festa de verdade, muito divertido, juntamente com os americanos, canadenses e demais pessoas, tive uma boa sensação do lugar, o que foi muito gostoso.”

Ele se relembra da animação que seus visitantes experimentaram nos arredores do The Cathedral, com seus hotéis elegantes e lugares elegantes para tomar um coquetel. “É uma experiência europeia cosmopolita perfeita que eles estão tendo, o que te deixa orgulhoso.”

Um autoproclamado bom-de-garfo, a refeição favorita de Jamie ainda é o tradicional bacon irlandês, pure e repolho com manteiga, um prato que seu pai costumava fazer. “Só não sei se poderia ficar ainda mais satisfeito com uma refeição”, ele ri, relembrando a grande refeição que preparou para si priprip na semana passada. Ele gosta de comer fora e tem como amigo o chef com estrela da Michelin, Michael Deane. “Michael era muito próximo do meu pai, então muitas vezes acabo comendo na casa dele.”

Originário de Holywood, em County Down, Jamie avalia o Noble, um ótimo restaurante pequenino de lá e embora evite bares no fim de semana (onde é um pouco assediado pelos fãs) ele acha mais fácil comer em outro lugar. “É preciso de muito para alguém venha interrompê-lo quando estiver no meio de uma refeição. Eu não estou dizendo que eles não fazem isso, no entanto!” ele sorri. “Há três estrelas Michelin em Belfast agora”, declara ele, entusiasmado. “É absolutamente brilhante e atende a todo o turismo, que obviamente aumentou um milhão de vezes desde o Acordo da Sexta-Feira Santa [O acordo tinha por finalidade acabar com os conflitos entre nacionalistas e unionistas sobre a questão da sua continuação como parte do Reino Unido.]. Quando você pensa em todas as produções trabalhando lá, há uma razão pela qual os americanos adoram, sabe, e adoram vir para filmar coisas lá. Você pode viver na maior civilidade, apartamentos realmente agradáveis com vista para o rio ou lindas casas geminadas no arborizado sul de Belfast. E você pode ter tudo isso e comida com estrela Michelin e apenas facilidade. Mas então você pode entrar no carro e estará a meia hora das paisagens montanhosas e a 20 minutos da costa. É interminável.”

Ele fala de grandes produtores de Los Angeles que se animam falando de Belfast, de paisagens infinitamente inspiradoras e da região, da acessibilidade semelhante a um cenário de filme. Ele reconhece o número de produções que acontecem lá a cada ano e como a vida é diferente para um ator em Belfast hoje do que quando ele saiu, 21 anos atrás. “É ótimo mostrar a Irlanda do Norte de maneira diferente de como foi retratada antes no cinema e na TV. E, seja por meio de Game of Thrones ou Derry Girls, ambos estão mudando a ideia das pessoas sobre o lugar; a ideia do mundo exterior do local e de forma positiva.”

Jamie não retorna a Belfast apenas para trabalhar. Uma de suas irmãs mora em Crawfordsburn e ele tem um grupo de amigos de infância de quem ainda é próximo. Quando está em casa, ele gosta de nadar no mar perto da casa de sua irmã em Helen’s Bay, caminhar pelo Lagan Towpath com amigos e levar suas filhas ao Seapark em Holywood, onde nasceu. “Eu faço questão de ir lá toda vez que estou em casa. É incrível ver as meninas caminhando por aquele trecho de praia que eu conheço tão bem. Eu cresci literalmente a beira d’água e me derreto vê-las brincando lá. Eu amo isso. Eu sinto que conheço cada curva e centímetro daquele lugar e vê-las brincando lá, é tão inacreditável para mim”.

Um ávido jogador de golfe, ele admite que é ligeiramente obcecado pelo esporte. “O que dizem sobre os homens pensarem em sexo a cada sete segundos, bem, eu penso em golfe a cada sete segundos! É um caso de amor sem fim, uma busca, porque você nunca vai acertar. Mesmo o jogador número um do mundo [ Rory Mellroy], que é da mesma cidade que eu, ainda está se esforçando para acertar o tempo todo.”

Ele é membro do Royal Belfast Golf Club desde que tinha 10 anos e também adora jogar Royal Portrush. “É muito especial lá e está na lista de desejos da maioria das pessoas em todo o mundo, assim como Royal County Down. Alguém uma vez perguntou onde eu jogaria se eu tivesse apenas um jogo restante na terra. Eu joguei alguns campos incríveis ao redor do mundo, mas eu na verdade, disse Royal Belfast porque é onde tenho tantas memórias construídas desde muito jovem.”

Claro, ele recomendará a seus amigos se eles vierem visitar Belfast primeiro e é difícil argumentar com esse garoto local bem-sucedido. Então, para onde Jamie te enviaria pela primeira vez?

“Existem lugares óbvios, como a Costa Norte, se eles nunca estiveram na Calçada dos Gigantes, a ponte de corda Carrick-a-Rede e todas essas coisas boas. Nós trouxemos as crianças para lá e enquanto elas eram muito novas para do Carrick-a-Rede, nós fizemos o Causeway. Eles andavam por aí com seus pequenos fones de ouvido ouvindo as histórias de Finn McCool. E foi brilhante.”

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Fonte: Dream Escape Magazine.

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