O indicado ao Globo de Ouro, Jamie Dornan, está “muito animado” por estar de volta para a segunda temporada de The Tourist (O Turista), mas seu retorno estava longe de ser esperado.

A série original da Stan, que começou como um emocionante thriller australiano de seis partes, conquistou uma base de fãs devido aos seus enredos surpreendentes, ação intensa e humor peculiar. Agora, ela retorna para uma segunda temporada muito aguardada, que você pode assistir exclusivamente na Stan. (Nota JDBR: E aqui no Brasil, pela Netflix)

“Nem sempre houve a intenção de fazer uma segunda temporada. Se eu voltar ao início de ‘The Tourist’, eu não acreditaria se me dissessem que eu estaria aqui promovendo uma segunda temporada, que não foi gravada na Austrália. É tudo um tanto único e estranho.” revelou Jamie à 9Entertainment.

Num cenário impressionante da Irlanda, Jamie Dornan (de Belfast e The Fall) retoma seu papel como Elliot Stanley, um homem em busca de redescobrir sua verdadeira identidade após um misterioso lapsus de memória.

Juntando-se ao ator de Hollywood está a própria australiana Danielle Macdonald como Helen, enquanto tentam descobrir os segredos do passado de Elliot, junto com um novo grupo de amigos e inimigos.
É seguro dizer que eles se divertiram muito.

“Eu acho que nunca ri tanto em um set,” disse Danielle, que desta vez está filmando no país natal de Jamie, em contraste com o cenário austero da Austrália na primeira temporada. “Todos estavam realmente dispostos a se divertir, porque às vezes lidamos com temas bastante desafiadores, então foi bom poder manter o clima leve, divertido – e é isso que fizemos.”

Jamie relembrou de um momento particularmente “horrível”, mas memorável, durante as filmagens.

“Vimos muitas partes bonitas da Irlanda,” começou Jamie.

“Você saiu do set,” interrompeu Danielle.

“Você pediu uma boa lembrança, mas na época foi horrível,” ele continuou.

Foi depois de um longo dia de filmagens, que terminaram por volta das 19h naquela noite.

“Dirigi por quatro horas e meia atravessando todo o país, dormi cerca de três horas e me levantei porque precisávamos da primeira luz na manhã seguinte.” ele relembrou.

Danielle acrescentou: “Vocês simplesmente pularam no mar depois.”

“Eu disse que não íamos até Keem Bay, que é a praia mais fotografada da Irlanda… Mas acabei indo dar um mergulho selvagem, e a água estava super cristalina. Conhecemos outro lado totalmente diferente e lindamente estranho da Irlanda, e é tão bonito quanto a Irlanda pode ser, de verdade.” respondeu Jamie.

Por mais bonita que seja a Irlanda, há uma coisa que Jamie sentiu falta de filmar na Austrália e isso vem na forma de sua iguaria favorita: “Chicken Crimpy Shapes”, ele disse de sua mais nova “obsessão”. (Nota JDBR: Chicken Crimpy Shapes são biscoitos salgados com sabor de frango com um toque de especiarias)

“Dani voou hoje de Sydney e trouxe quatro caixas de Chicken Crimpy Shapes para mim, então estou muito feliz,” ele riu.

E quanto ao seu amor por TimTams?

“Tem uma loja perto de onde moramos em Richmond que eu descobri que vende TimTams, então estou tranquilo quanto a isso, mas não têm o mesmo gosto,” ele revelou. “É como se usassem um chocolate diferente. Mas aqueles TimTams de caramelo são sensacionais.” (Nota JDBR: TimTams são biscoitos de chocolate recheados, muito populares na Austrália).

Assista à primeira e à segunda temporada de The Tourist (O Turista), exclusivamente na Netflix aqui no Brasil.

Fonte: 9Entertainment | Tradução: Jamie Dornan Brasil

Na manhã deste domingo (28), Jamie Dornan participou do programa de rádio “Desert Island Discs” da BBC Radio 4. Ao lado da apresentadora Lauren Laverne, o ator compartilhou oito de suas músicas favoritas e revisistou seu passado de maneira emocionante. Abaixo, confira uma matéria produzida pela BBC sobre as 10 coisas que aprendemos com as escolhas musicais do ator.

Jamie Dornan é um ator da Irlanda do Norte que ficou conhecido por interpretar um serial killer na série de drama da BBC, The Fall. Antes de seguir a carreira de ator, ele foi modelo e trabalhou com algumas das maiores marcas de moda. Em 2015, ele estrelou ao lado de Dakota Johnson na trilogia de filmes 50 Tons, baseada nos romances eróticos mais vendidos de E. L. James.

“Em 2021, ele voltou à sua cidade natal para interpretar o papel de Pa no aclamado filme Belfast, dirigido por Kenneth Branagh, e viajou para a Austrália para interpretar o protagonista na série de televisão The Tourist, que atraiu milhões de espectadores e recentemente retornou para a sua segunda temporada.

Aqui estão 10 coisas que aprendemos com as suas escolhas musicais no Desert Island Discs…”

1- O medo o inspira no set.

“Você precisa de uma enorme dose de confiança e autoconfiança para ser um ator e se apresentar diante de qualquer pessoa”, diz ele. “E muitas vezes eu acho que os atores são os mais atormentados pela insegurança e pela autorejeição. Acredito que sempre há esse aspecto de ter que superar algo, mas não superar a ponto de ter total conforto. Acho que você sempre precisa estar ligeiramente com medo quando pisa no set.”

Ele tem uma maneira de lidar com suas próprias inseguranças como ator. “Eu sou bastante bom em me convencer e me apoiar, e acredito que isso pode te levar bastante longe. Fico mais satisfeito com minha insegurança porque ela sempre te dá algo para tentar provar.”

2- A carreira do pai às vezes ofuscava a dele.

O pai de Jamie era ginecologista e obstetra, tendo entregue mais de 6.000 bebês ao longo de sua carreira. Jamie brinca dizendo que acredita ter conhecido todos esses 6.000 bebês, que agora são adultos.

“A quantidade de vezes que as pessoas vêm até mim quando estou em casa [Belfast] e penso: ‘ah, lá vamos nós, elas vão dizer algo legal sobre qualquer filme que eu tenha acabado de lançar, ou algo assim’, e [elas dizem], ‘posso só dizer’ e eu digo ‘sim, lá vamos nós’ e [elas dizem], ‘seu pai foi o obstetra no meu nascimento, também entregou minha irmã, e minha mãe sempre comentava o quanto achava seu pai atraente.’ – e eu penso, ‘ah, escute, isso é adorável!'” Ele ri: “Tem sido algo encantador, desde que perdemos meu pai há alguns anos, é um grande conforto.”

3- O romance dos pais dele começou em uma piscina.

A mãe de Jamie, Lorna, era enfermeira e trabalhava no mesmo hospital que seu pai, Jim. Jamie continua a história…

Atualmente, no Hospital Royal Victoria, há um estacionamento enorme, mas antigamente havia uma piscina ao ar livre destinada aos funcionários. Meu pai estava na piscina e viu uma linda morena saindo da água, e essa era minha mãe.
Quando os planos foram aprovados para o estacionamento, estavam prestes a preencher a piscina. Meu pai passava de carro pelo hospital, parou, e do jeito típico dele, procurou o responsável com capacete de obra e disse: “Escuta, qual é a situação com os degraus?” [E o homem respondeu]: “Vamos apenas jogá-los fora”, ao que [o pai de Jamie] retrucou: “Eu adoraria manter os degraus”. Então, por anos, ele manteve os degraus apoiados no galpão do nosso jardim, aqueles mesmos degraus onde ele viu minha mãe pela primeira vez.

4- Ele escolheu seu segundo disco por causa de sua conexão orquestral com a Irlanda.

“Sinto saudades da Irlanda, de Belfast e das pessoas, então, com frequência, quando estou longe, acabo pesquisando coisas. Eu estarei nos jornais locais em casa, lendo manchetes e coisas do tipo. E obviamente eu tinha digitado Ulster em algum lugar – escrevi as palavras Ulster e me deparei com essa gravação da Orquestra de Ulster. Esta foi apenas uma daquelas músicas que instantaneamente pensei ‘Vou ouvir muito isso na minha vida e eu ouço. Volto a ela o tempo todo.'”

A faixa é o segundo movimento do Concerto para Violino No. 1 de Philip Glass – interpretado pela violinista Adele Anthony com a Orquestra de Ulster, regida por Takuo Yuasa.

5- Seu primeiro papel como ator foi o de Widow Twankey.

Jamie cresceu em Belfast durante os conflitos da Irlanda do Norte. Seu primeiro papel memorável como ator foi o de Widow Twankey em uma produção escolar de Aladdin, quando ele tinha 10 anos. Ele baseou sua atuação em alguém que conhecia. “Tínhamos uma empregada doméstica incrível chamada Nelly Morgan, que era uma mulher formidável. Ela morava em um lugar chamado Short Strand, que [nos anos 1980] era uma parte muito infame de Belfast, pois era uma área nacionalista republicana, bem na fronteira com uma parte predominantemente lealista do leste de Belfast. Era um lugar perigoso [naquela época]. Eu não acho que Nelly Morgan jamais teria sentido medo na vida dela – ela era simplesmente incrível – e ela costumava caminhar de lá, seis milhas, para limpar para nós, e quando oferecíamos carona, se disséssemos ‘estamos indo para Belfast agora’, ela geralmente recusava. Ela era simplesmente brilhante – eu simplesmente a adorava – e eu disse, ‘Olha, estou interpretando a Widow Twankey e vou roubar alguns dos seus traços, basicamente.'”

Jamie continua, “Um grande arrependimento é – e não sei por que ou como aconteceu, provavelmente eles eram muito econômicos com ingressos, mas ela não veio assistir à apresentação, fizemos duas apresentações. Mas eu ganhei o prêmio de drama e estava muito convencido. Acho que foi a minha primeira sensação de obter satisfação a partir da performance.”

6- Rugby e teatro eram suas duas grandes paixões na escola.

“O rugby é uma grande paixão minha”, diz Jamie. “Mas também há um lado meio clube masculino nisso – é como se você fosse esse tipo de homem tradicional, e está tudo bem para mim, mas também acho que sabia que havia esse lado meu que queria pular por aí e ser um pouco mais livre. E tínhamos esse estúdio de teatro na escola, você saía da agitação e loucura do corredor principal e entrava por essas grandes portas pretas e grossas, e chegava a um espaço todo preto – tudo era preto. Pode parecer deprimente, mas era como o espaço mais alegre do mundo, porque todos deixavam suas inibições na porta do corredor, e você podia brincar e se divertir.”

7- As sábias palavras de seu pai o ajudaram a lidar com o luto após a morte de sua mãe.

Jamie tinha apenas 16 anos quando sua mãe faleceu, e ele afirma que o apoio de seu pai e suas duas irmãs o ajudou durante um período tão difícil. Ele diz: “Ambas as minhas irmãs são pessoas incríveis, e definitivamente senti esse amor e apoio. Meu pai, eu me lembro [dele] dizendo ‘sabe, você não pode deixar isso [a morte de sua mãe] ser o que nos define’, e sou muito grato por essas palavras. Era como se [ele estivesse] tentando dizer que ainda é possível viver uma vida plena, positiva e feliz. Isso não diminui o impacto de perder a mãe ou qualquer coisa, mas acho que foi… meu pai meio que nos dando a permissão, como se fosse ok ver a felicidade em nosso futuro.”

8- Uma de suas primeiras grandes campanhas como modelo foi uma revelação até mesmo para ele.

Jamie começou a modelar em seus primeiros vinte anos. Ele diz: “Nunca vou esquecer a primeira vez [que vi uma fotografia sua em um outdoor]. Eu estava caminhando por Nova York e tinha feito essa campanha para a Calvin Klein, e havia um enorme outdoor com [a modelo] Natalia Vodianova. Estávamos em uma praia de areia preta e ela puxou minha calça Calvin Klein para baixo e estava praticamente dando uma mordida na minha bunda [risos]. Ou parecia que estava prestes a fazer isso. E eu olhei para cima e vi pela primeira vez, e pensei ‘Meu Deus’, e enquanto olhava para cima, uma mulher ao meu lado disse ‘isso é nojento!’ [risos] E eu disse ‘isso sou eu, realmente sou eu. Essa é minha bunda e esse é meu rosto!'”

9- Ele fez teste para um papel secundário em “The Fall”.

Em 2012, no início de sua carreira, Jamie fez teste para “The Fall”, uma série de TV sobre uma detetive de polícia [interpretado por Gillian Anderson] na busca de um serial killer.

“Fiz o teste para interpretar um policial que morre no segundo episódio”, ele diz. “Na época, eu estava feliz apenas por conseguir entrar na sala. Não ouvi nada. Eu estava indo para Los Angeles para uma temporada de testes de pilotos de qualquer maneira, e enquanto estava lá, provavelmente uma semana ou 10 dias nessa viagem, recebi uma ligação do meu agente dizendo, ‘Eles querem que você faça outro teste para The Fall. É para um papel diferente.’ Lembro-me de pensar, ‘ah, lá vamos nós’. Eles disseram, ‘Não, é para o cara principal.’ Lembro-me de pensar, ‘Se conseguir isso, isso mudará o curso da minha carreira.’ Eu estava certo. Mudou. Literalmente mudou minha carreira da noite para o dia.”

O programa foi um grande sucesso, e Jamie foi indicado ao BAFTA de Melhor Ator.

10- Ele se escondeu após as críticas de “Cinquenta Tons de Cinza” serem divulgadas.

Jamie estrelou como Christian Grey no filme “Cinquenta Tons de Cinza”, co-estrelado por Dakota Johnson e dirigido por Sam Taylor-Johnson. Jamie voltou ao papel para ambas as sequências, que, assim como o primeiro, foram baseadas nos romances eróticos de E.L. James. Os filmes foram muito populares junto ao público e tiveram um bom desempenho nas bilheteiras, mas não foram bem recebidos pelos críticos.

“Acho que me escondi [quando as críticas foram divulgadas]. Vindo de indicações que alteraram minha carreira por ‘The Fall’ e indicações ao BAFTA, e toda essa loucura que ‘The Fall’ trouxe, para quase ser ridicularizado. Na verdade, nós [com sua esposa Millie] fomos para a casa de Sam e Aaron [marido de Sam], eles não estavam lá e nos deixaram usar a casa deles no campo, e nos escondemos por um tempo, nos isolamos do mundo por um pouco e depois saímos do outro lado. [Isso] arrecadou tanto dinheiro que os dois e três foram aprovados da noite para o dia, e é uma coisa estranha porque há um pouco de zombaria aqui, e agora estou contratualmente comprometido a fazer mais dois, sabendo que haverá muito mais condenação pela frente!”

Ao refletir sobre seu trabalho na franquia, ele diz: “Acabei de receber críticas muito positivas pelo trabalho recente, e não há muitas delas que não mencionam 50 Tons.” Jamie ri, “Muitas críticas são do tipo, ‘Ele é ótimo, mas não esqueçamos quando ele não era ótimo’. Dê-nos uma chance! Mas, não, me arrependo de tê-los feito? Não.”

[Assista ao podcast completo legendado, disponível em nosso canal do YouTube: @jamiedornanbr.]

Fonte: BBC | Tradução: Jamie Dornan Brasil

Na última sexta-feira (19), Jamie Dornan esteve presente no programa irlandês ‘The Late Late Show’, apresentado por Patrick Kielty, para promover a segunda temporada da série ‘The Tourist’ (O Turista).

Sempre bem-humorado, o ator compartilhou detalhes sobre a nova temporada e abordou como foi a experiência com um novo cenário para a trama, a perda de seu pai, Jim Dornan, e falou sobre sua carreira.

Assista à participação completa e legendada do ator no programa:

Veja também as imagens promocionais:

Home > Programas de TV e Radio > 2024 >  19.01 – THE LATE LATE SHOW IE 

Jamie Dornan concedeu uma entrevista para a edição de janeiro da revista The TV Guide, na qual falou sobre o seu retorno como Elliot Stanley na segunda temporada de ‘The Tourist’ (O Turista) e compartilhou como foi atraído pelo roteiro. Leia a tradução abaixo:

A segunda temporada de “The Tourist”, disponível no TVNZ+, muda da Austrália para a Irlanda, enquanto Elliott tenta descobrir mais sobre seu passado. Jamie Dornan fala sobre seu personagem e seu amor por filmar em seu país natal. James Rampton relata.

A verdade é que não há nada remotamente semelhante por aí.

Conforme o ator colocou, “Isso é o tipo de coisa que você diz sobre roteiros durante a divulgação – ‘Oh, é como nada que já li antes’. Mas ‘The Tourist’ era realmente como nada que eu já tenha lido antes, ou desde então. Sem dúvida, é um universo completamente fora do comum e único.”

Na segunda temporada deste envolvente drama fora do comum, criado por Jack e Harry Williams (The Missing, Baptiste), Dornan retoma seu papel como Elliot Stanley.

Ele é um homem tentando encontrar sua verdadeira identidade após perder a memória em um acidente de carro no Outback da Austrália. Nessa desafiadora jornada, ele é acompanhado pela policial Helen Chambers (Danielle Macdonald, Unbelievable).

Desenvolvendo-se em locais deslumbrantes na Irlanda, “The Tourist” segue a dupla enquanto enfrentam amigos e inimigos em sua busca por desvendar os segredos do passado de Elliot.

Ao longo do caminho, a trama apresenta mais reviravoltas do que uma montanha-russa de parque de diversões.

Dornan, 41 anos, que também atuou em Belfast, The Fall e Fifty Shades Of Grey, afirma que foi imediatamente cativado pela natureza única de “The Tourist”.

“Quase tudo o diferencia do que fiz antes porque é uma combinação de tantos mundos, gêneros e tons diferentes. Me aventurei um pouco na comédia nos últimos anos, mas nunca a misturei com um drama tão intenso, e foi isso que achei fascinante nesses roteiros. Foi como essa fusão desses mundos, e eles alternam. Nem acho que seja perfeito, mas quero dizer isso de maneira positiva. É como de uma forma surpreendente.”

As cenas em “The Tourist”, ele continua, “Alternam entre algo realmente extremo e dramático para algo verdadeiramente excêntrico, um pouco fora do convencional e engraçado, e eu adorei isso. Foi tão revigorante ler isso. Senti que isso me envolveu e, esperançosamente, manteria uma audiência, sempre os deixando em expectativa.”

“Você fica pensando, ‘O que é isso? Tantas coisas estranhas acontecendo.’ Ler isso foi realmente empolgante para mim.”

Dornan, que é de Belfast, ficou encantado em filmar esta temporada de “The Tourist” perto de casa.

“Acho que você faz seu melhor trabalho quando está relaxado”, reflete ele. “E não há nada mais relaxante do que estar cercado por pessoas que entendem seu humor, compreendem seu sotaque, e estão em sintonia com seus princípios. Obviamente, porque sou de lá, isso acontece na ilha da Irlanda. Não estou dizendo que não é possível se divertir filmando e absorver diferentes culturas ao redor do mundo. Isso é incrível.”

No entanto, ele continua, “Não há nada como estar cercado por pessoas com quem você cresceu. Isso é algo significativo. Tenho o hábito de trabalhar na Irlanda, no Norte e no Sul. Sempre buscarei isso porque é importante contar histórias de casa.”

Outra coisa que Dornan sempre buscará é a oportunidade de interpretar uma grande variedade de personagens. O ator, que também apareceu em filmes de grande orçamento como “Heart Of Stone” (ao lado de Gal Gadot) e “A Haunting In Venice” (com Kenneth Branagh), diz: “Para ser honesto com você, minha premissa inteira – a base de eu me vestir para interpretar outras pessoas para viver – é a oportunidade de fazer isso em cenários diferentes, em mundos diferentes, em gêneros diferentes.”

“Sinto-me realmente sortudo por ter feito uma variedade de gêneros até agora em minha carreira. Adorei tentar encontrar conforto em uma comédia maluca. Adorei encontrar conforto ao interpretar psicopatas. Procuro encontrar conforto tanto em pessoas boas quanto em pessoas ruins. Coisas muito dramáticas. Coisas muito bobas. Para mim, é isso que importa.”

Essa oportunidade talvez não tivesse aparecido se Dornan não tivesse ficado insatisfeito com sua carreira inicial como modelo e, em vez disso, decidido seguir sua paixão pela atuação.

“Não acho interessante ficar lá parado tendo minha foto tirada o suficiente para fazer isso por várias décadas”, explica. “Se isso te satisfaz e você pode deitar na cama pensando sinceramente, ‘Eu me sinto bem com o que estou fazendo’, então ótimo. Mas para mim, não era assim. Eu pensava, tipo, ‘Isso é péssimo’.” A perda para o mundo da moda é definitivamente o ganho para a atuação.

A primeira temporada da série chega ao Brasil em 1º de fevereiro, e a segunda temporada está programada para ser lançada em 29 do mesmo mês pela Netflix.

Fonte: The TV Guide Nova Zelândia – Ed. Janeiro | Tradução: Jamie Dornan Brasil

Nesta semana, a grife de luxo Loewe anunciou Jamie Dornan como seu novo embaixador global. Além de assumir esse papel, o ator será o rosto da nova campanha masculina de Primavera/Verão 2024 da marca.

Jonathan Anderson, Diretor Criativo da Loewe, comentou: ‘Após assistir a muitos dos filmes de Jamie e acompanhar de perto o seu trabalho, tivemos em mente seu nome ao buscar um novo embaixador para a Loewe. Sempre admirei como suas interpretações incorporam uma sensação de força que parece muito pura e orgânica.’

Refletindo sobre sua nomeação como Embaixador Global da Marca, o ator afirmou: ‘Nada faz você se sentir mais confortável do que estar cercado por pessoas que entendem seu humor, seu sotaque e sua filosofia. Foi um prazer trabalhar com Jonathan – ele é extraordinariamente talentoso, criativo e realista. Estou muito grato e empolgado com esta nova etapa na Loewe.

« Confira os outtakes de Jamie Dornan para a campanha de Primavera/Verão 24 da Loewe »

HOME > PHOTOSHOOTS > 2024 >  LOEWE SS24 

Jamie Dornan concede entrevista ao jornal The Times e fala sobre a segunda temporada de ‘The Tourist’ (O Turista), sobre fama, paternidade e por que é bom chorar. Leia a tradução abaixo:

Da segunda temporada de ‘The Tourist’ a ‘Belfast’, o ex-modelo é uma das estrelas mais quentes de Hollywood.

Por Laura Pullman.

É amanhecer, e estou em uma praia no México com Jamie Dornan. A areia está entre meus dedos dos pés, e o ator geneticamente abençoado está sussurrando no meu ouvido: ‘A linha costeira brilha, parece translúcida…’ Então, meu bebê volta a gritar, e estou de volta ao meu apartamento em Londres ouvindo o episódio da Praia Mexicana de ‘Sleep Sound with Jamie Dornan’ no Audible.

Oito horas depois, encontro Dornan pessoalmente. Não em uma praia paradisíaca, infelizmente, mas em uma sala sem janelas no escritório de sua assessora de imprensa. ‘Achei muito tranquilo’, ele diz sobre gravar o podcast de ajuda ao sono alguns anos atrás. ‘Tenho bastante energia hiperativa e realmente luto para ficar parado.’ A esposa de Dornan, Amelia Warner, uma compositora, chama seus períodos hiperativos de ‘tempo barulhento’. ‘Posso ter dias inteiros de tempo barulhento. Muitas vezes é também um tempo para cantar. É realmente irritante, tenho certeza.’

Dentro de minutos ao conhecê-lo, fica evidente que Dornan, aos 41 anos, é encantador – e que sua autodepreciação típica dos norte-irlandeses está totalmente intacta, apesar de sua carreira ascendente. Em tempos passados, ele foi o relutante modelo de sucesso (Calvin Klein, Dior, Giorgio Armani) que se tornou ator, interpretando um homem de família assassino em série em “The Fall” e que causou êxtase e zombaria em massa como Christian Grey na trilogia cinematográfica “Cinquenta Tons de Cinza”. “Toda a jornada foi uma experiência estranha, quase fora do corpo”, diz ele sobre os filmes. Agora, ele é reverenciado como um dos atores mais empolgantes da Grã-Bretanha, e há rumores de que poderia ser o próximo James Bond.

Estamos nos encontrando para falar sobre “The Tourist”, o thriller da BBC que foi transmitido 32 milhões de vezes no Reino Unido nos três meses seguintes ao seu lançamento em janeiro de 2022 e vendido para o mundo todo. Na trama, o personagem de Dornan perde a memória em um acidente de carro e, em seguida, viaja por toda a Austrália, enganando e derrotando diversos vilões que tentam matá-lo por razões desconhecidas. A segunda temporada segue a mesma linha, mas se passa na Irlanda. A série foi criada por Harry e Jack Williams, os irmãos ingleses por trás de outros dramas intrigantes na TV, como “The Missing” e “Baptiste”, e Dornan foi inicialmente atraído pelo “humor maluco” do roteiro deles. Será que ele percebeu desde cedo que estavam diante de um sucesso? “Posso dizer não?” ele diz, sorrindo. “Você nunca pode se sentir confortável com isso, de uma maneira interessante. Mas não, eu não esperava que fosse o drama mais assistido no Reino Unido no ano.”

É um papel fisicamente exigente, com seu personagem pulando de caminhonetes em movimento, escalando montanhas, brigando com vilões imponentes. “Enquanto ainda me sinto relativamente jovem, eu realmente quero fazer isso”, diz Dornan. “Eu adoro me jogar por aí. Sou um atleta muito frustrado.” Ele acrescenta que aprende táticas de autodefesa enquanto ensaia as cenas de luta. Então, se alguém aparecesse em um beco escuro, como ele se sairia? “Eu me sentiria super preparado, mas a realidade é que sou um ator, eu seria como [imita um gemido agudo], ‘Ah, saia daqui’.”

Em 2006, quando estava no início dos vinte anos, ele foi violentamente assaltado na Jamaica. “Foi absolutamente horrível… uma situação em que pensei que ia morrer”, diz, parecendo assombrado pela lembrança. “Eu estava um pouco chapado porque é o que você faz na Jamaica. Era tarde da noite, foi muito ruim. Eu pulei de um ônibus em movimento.” Relutante em contar toda a “história maluca”, ele esboça os detalhes: seus agressores apontaram uma arma para ele por meio de um casaco (ele não viu, mas parecia muito com uma arma real) e tinham um facão à vista.“Risadas maníacas e sussurros das coisas mais aterrorizantes já ditas para mim”, diz ele. “Foi uma experiência realmente horrível.”

Parece uma cena direto de The Tourist. Ele recebeu críticas incríveis por sua atuação na primeira temporada; eu menciono uma observação de um crítico de que “pode ser o melhor trabalho dele até agora”, mas Dornan destaca que a mesma pessoa escreveu sobre sua atuação no drama de época da BBC, Death and Nightingales, em 2018: “Para ser justo com Dornan, ele não sabe atuar, mas parece pelo menos perceber isso.” A frase o abalou.

“Alguém está te enviando boas críticas, deixe-me dizer, seja uma tia, seu publicitário ou quem quer que seja. Ninguém está te enviando todas as ruins… então você se vê procurando por elas”, ele diz. “Já disseram algumas das piores coisas sobre mim por uma série de filmes, mas, por algum motivo, aquela [a frase] realmente me afetou muito.” Nos últimos anos, Dornan mostrou sua versatilidade: interpretando um pai que luta por sua família no filme vencedor do Oscar, Belfast, um tolo apaixonado na comédia maluca Barb and Star Go to Vista Del Mar e o fotógrafo de guerra da vida real Paul Conroy em A Private War.

“Estou agora em um ponto, e isso pode mudar na próxima semana, em que aceito que as coisas estão obviamente boas. Trabalho o tempo todo. Tenho a verdadeira liberdade de escolher no que vou trabalhar. Trabalho com pessoas realmente importantes, legais, com grandes empresas que arriscam milhões e milhões de dólares construindo programas em torno do meu personagem principal“, diz ele, sem arrogância. “Se eu continuar fazendo o que estou fazendo, está tudo bem.” Ele não esconde sua admissão de que é “enormemente ambicioso”. “Sempre senti que sou alguém que tem algo a provar ou algo assim. Acho que muito disso vem de — Jesus, você poderia ir bem fundo aqui — ser bastante pequeno quando era criança e sempre pensando que tinha que trabalhar mais para se destacar em um campo de rugby. Sou muito impulsionado por uma energia do tipo ‘F***-se, veja isso’.”

Desde que saiu de casa aos 20 anos para seguir uma carreira de modelo em Londres, ele tem determinação para “fazer coisas boas acontecerem”. Pai de três meninas — Dulcie, dez anos, Elva, sete, e Alberta, quatro — ele diz que essa motivação “aumenta dez vezes a cada criança”.

Ele cresceu no subúrbio de Holywood, em Belfast, com duas irmãs mais velhas, sua mãe, Lorna, e seu pai, Jim, um renomado ginecologista e obstetra. Sua mãe morreu de câncer de pâncreas quando ele tinha 16 anos; seu pai morreu de Covid em 2021 enquanto Dornan estava em quarentena na Austrália. Eu tento falar sobre o luto, mas começo a chorar. Minha mãe morreu há dois meses, e estou na fase chorona, eu explico. “Conheço muito bem essa fase”, diz ele, seu rosto expressando com empatia.

Ele sempre fala sobre o “Vovô” e “Vovó Lorna” com suas filhas e tem fotos deles emolduradas ao redor de sua casa. “Manter o nome e o espírito vivo é realmente importante, e então você começa a ver traços deles também em suas filhas”, diz ele. “Acontece o tempo todo.” Isso é agridoce? “É apenas doce, eu acho. Torna-se apenas doce”, diz ele, começando a chorar. “É algo realmente singularmente belo ver seus pais eternizados por duas gerações.”

Dornan conhece o luto terrivelmente bem – quando ele tinha 17 anos, quatro de seus amigos morreram em um acidente de carro – e ele fala honestamente sobre isso na esperança de que isso possa ajudar os outros. “Eu experimentei uma quantidade de luto para a vida inteira quando estava em uma idade que era simplesmente muito jovem”, diz ele. “Mas também acredito que muitas coisas positivas sobre meu caráter surgiram disso.” Ele é resiliente, por exemplo, e geralmente não se preocupa com as pequenas coisas.

Em 2022, ele retomou a psicoterapia. “Você vai por uma coisa e ela se torna algo totalmente diferente”, diz ele, rindo. “É como ‘Por que não estamos falando sobre o que eu te disse que está errado comigo? Ou talvez isso não seja o que está errado comigo?'”

A conversa se volta para seus anos como modelo. Apesar de não ter vencido o reality show Model Behaviour da Channel 4 em 2001, ele rapidamente se tornou um grande sucesso, trabalhando em campanhas com nomes como Kate Moss, Gisele Bündchen e Eva Mendes. Ele não gostou de se tornar o “Golden Torso” (como o The New York Times o apelidou em 2006) e ainda não gosta de ser fotografado. “Mas olho para trás com mais orgulho agora”, diz ele. “Provavelmente eu sentia mais vergonha, especialmente quando a atuação estava decolando de maneira mais significativa e eu pensava, ‘Não, dane-se, agora sou um ator’.”

Sua última campanha para a Loewe, fotografada pelo renomado fotógrafo de moda David Sims (um mestre, segundo Dornan), foi uma experiência verdadeiramente agradável.

No entanto, como modelo iniciante, ele teve algumas interações estranhas. Uma vez, por volta dos 20 anos, enquanto era fotografado por um fotógrafo mais velho, este insistiu em almoçarem juntos depois da sessão. “Eu disse não, me vesti, saí e ele estava nu na cozinha fazendo espaguete à bolonhesa”, relata Dornan. “Chocante! A menos que seja assim que ele cozinha? Eu saí correndo.”

Em outra ocasião, um fotógrafo entrou propositalmente no camarim de Dornan enquanto ele estava se trocando, agiu como se fosse um engano, mas depois só fechou a porta pela metade e ficou do lado de fora. “São coisas estranhas, agora que olho para trás. Voyeurísticas, esquisitas, situações muito desconfortáveis.”

Quando pergunto sobre a obsessão com sua aparência, Dornan solta um suspiro pesado antes de argumentar que a maioria dos atores lida com o foco em sua aparência. “Poderíamos entrar em uma conversa louca sobre dismorfia corporal [insatisfação com o próprio corpo] aqui”, diz ele. “Tenho várias questões relacionadas à minha aparência, assim como qualquer pessoa que se olha no espelho enfrenta diversas inseguranças em relação à sua própria imagem.” Qual é o principal aspecto que o incomoda em sua aparência? “Não”, ele responde, rindo. Aponte uma insegurança? “Não!”

Ele afirma não se importar com os fios grisalhos em sua barba e o envelhecimento em geral. “Vaidade é a coisa que mais detesto nas pessoas. Arrogância e vaidade, eu desprezo”, diz ele. “Não sou uma pessoa muito confiante, mas fico realmente impressionado quando vejo pessoas muito confiantes sendo autênticas.”

Ele está confortável com seu nível de reconhecimento, anda de transporte público (“fones de ouvido são ótimos para evitar atenção”) e evita festas de celebridades. “Sinto por alguém como Taylor Swift; provavelmente é muito difícil fazer qualquer coisa normal”, diz ele. “Eu não tenho esse problema. Eu não gostaria de ser mais famoso do que sou.”

Após o festival de fetiches em “Cinquenta Tons”, eu me pergunto se ele evita cenas de sexo nos dias de hoje. Mas ele ainda está disposto. “Sexo é uma parte significativa da vida. Se você está contando as histórias das pessoas e a narrativa reflete a vida, então provavelmente haverá sexo nela.” O problema é acertar nas cenas. “Precisamos encontrar uma maneira de torná-las mais interessantes”, diz ele. “Não é mais necessário prolongar muito, certo? Não é preciso ver alguma imagem gratuita de seja lá o que for; a bunda de alguém, os seios de alguém. Não parece necessário e muitas vezes é como, ‘Isso está contribuindo para contar a história? Não.'”

Dornan está passando pelo seu período mais longo afastado do trabalho (em parte por escolha, em parte devido à greve de roteiristas de Hollywood) e está aproveitando o tempo extra com sua esposa, com quem está casado há quase 11 anos, e suas filhas. Eles alternam entre casas em Londres, Portugal e o oeste da Irlanda.

Ele se ilumina ao falar sobre suas filhas – “Quero ser alguém em quem elas sintam que podem confiar e dizer qualquer coisa” – e imagina que um dia elas seguirão caminhos artísticos na carreira. “Elas parecem ser pequenas pessoas muito criativas, legais e talentosas, verdadeiras artistas”, diz ele. “Perfeitas pequenas nepo babies!”

Recentemente, ele “arrastou” Redmayne para o almoço de domingo – assados são uma tradição sagrada semanal na casa de Dornan. “Sou um maluco por batatas assadas”, diz ele. “Isso é meio engraçado de se admitir sendo irlandês, assumir ser um mestre das batatas, mas eu realmente sou.” O segredo, aparentemente, é virar frequentemente e assar por mais dez minutos a 220°C.

Tudo soa maravilhosamente anti-Hollywood, mas Dornan aprecia as vibrações de qualquer coisa pode acontecer em Los Angeles. Ele lembra de sair para tomar martinis com um produtor de cinema de sucesso uma vez e voltar para casa, bêbado de álcool e grandes promessas, para sua esposa.

“Ele diz que vai criar um universo para mim”, recorda ele. “Ela disse: ‘Cala a boca, escute a si mesmo’. Enfim, até agora ele não criou esse universo para mim.” Há tempo ainda.

Confira os outtakes de Jamie Dornan para a revista:

Home > SESSÃO FOTOGRÁFICA > 2024 >  THE SUNDAY TIMES STYLE 

Fonte: The Times | Tradução: Jamie Dornan Brasil

Jamie Dornan concede entrevista ao Independent, e fala com Adam White sobre fama e fandom, os problemas nos bastidores que estragaram ‘Cinquenta Tons de Cinza’ e por que aquela terceira temporada de ‘The Fall’ foi provavelmente um erro. Leia a tradução abaixo:

Jamie Dornan, Kenneth Branagh certa vez disse, é uma pessoa muito interessante para alguém tão bonito. Isso foi mais ou menos o que ele quis dizer. “Ele surpreende por ser algo mais fascinante do que sua aparência excepcionalmente atraente.”, foram suas palavras exatas, por volta do tempo em que o dirigiu em Belfast, o vencedor do Oscar de 2021 que ajudou a transição de Dornan de seu status vagamente inútil como “o cara de Cinquenta Tons de Cinza”. Quando eu repito as palavras de Branagh para Dornan enquanto tomamos Diet Cokes em um escritório de publicidade no centro de Londres, fico surpreso com a sinceridade de sua resposta. Dornan não cora nem se encolhe. Ele não me repreende por constrangê-lo. Ele apenas fica lá, tocado, como se fosse o sentimento mais gentil que ouviu em anos.

“Ah cara, eu preciso pra caramba ouvir coisas assim”, ele me diz, esfregando suavemente sua barba salpicada de fios grisalhos. “Às vezes, estou simplesmente tomado por auto-ódio e dúvida. É muito, muito bom ouvir isso.” Ele diz que Branagh sempre o tratou como igual. “Na primeira vez que o encontrei para discutir Belfast, acho que não havia um trabalho que eu tivesse feito que ele não tivesse visto. Ele viu coisas que eu nem imaginava que alguém conhecesse, muito menos que tivessem sido lançadas. Ele realmente fez uma pesquisa minuciosa sobre mim.”

Dornan tem 41 anos, é irlandês e tem o hábito de soltar palavrões, seu encantador sotaque contrastando com a quantidade considerável de palavrões. Ele é famoso há mais de uma década, mas sua fama tem peculiaridades únicas, o que ajuda a explicar por que ele se surpreende quando as pessoas o levam a sério. Em determinado momento, como se o rosto dele não fosse uma pista suficientemente grande, ele foi um modelo altamente bem-sucedido. Cuecas, Calvin Klein, o pacote completo. Aí está o primeiro ponto. Depois, em 2013, ele contracenou com Gillian Anderson em ‘The Fall’ da BBC One, emprestando ameaça e sutileza ao papel de um pai de dois filhos que trabalha como serial killer nas horas vagas. No entanto, todos ainda o achavam incrivelmente atraente. Foi estranho. E então, alguns anos depois, ele foi Christian Grey, o herói das entrelinhas peculiares e do tédio implacável nas ruas, de uma franquia de best-sellers mal compreendidos adaptados de uma série de livros terríveis. Foi um tanto como aceitar uma oferta cheia de complicações, então não é de se admirar que ele tenha um certo complexo. Mas, pensando bem, isso começou cedo.


“Tudo pelo qual eu conseguia fazer audições era, sabe, ‘o conde que chega montado a cavalo e violenta a mulher'”, ele lembra dos dias em que tentava se destacar como ator. “Eu vinha do mundo da moda, então pensava que esses eram os únicos tipos de papéis que eu conseguiria.”

Mas então ele fez o teste para ‘The Fall’, conquistou o papel e as pessoas gostaram muito dele nele. O programa foi um desses grandes sucessos que mexem com a cultura – um intricado jogo de gato e rato entre um par ridiculamente atraente em lados opostos da lei. Dornan achou toda a experiência pessoalmente gratificante. “Nunca tive a oportunidade de mostrar esse lado mais sombrio de mim mesmo – e quando te dizem que você faz isso bem, realmente deixa uma marca.” Ele mexe com o anel em sua lata de refrigerante, parecendo bastante tocado novamente.

Em “The Tourist”, seu thriller da BBC que retorna para a segunda temporada esta semana, Dornan está de volta ao modo assustador. Ele interpreta um amnésico fugindo no Outback australiano, que lentamente descobre que no passado era um homem muito corrupto trabalhando para uma máfia internacional. Parte da diversão da série é assistir Elliot, interpretado por Dornan, lidar com os atos horríveis dos quais é acusado, mas dos quais não tem memória – é um pouco como o filme “Memento” de Christopher Nolan, só que de maneira mais conscientemente excêntrica. A segunda temporada transfere a ação para as colinas verdejantes da Irlanda, onde encontramos Elliot e sua protetora-que-se-tornou-namorada Helen (Danielle Macdonald) desvendando a história de sua família, e intensifica o absurdo – o primeiro episódio apresenta não apenas um sujeito com uma boneca inflável como esposa, mas também uma avó que arranca os olhos

“A forma como esses caras escrevem”, diz Dornan, “eu sempre pergunto, ‘O que diabos está acontecendo agora? Quem é esse lunático que vocês acabaram de introduzir?'”

“The Tourist” é obra dos irmãos roteiristas Harry e Jack Williams, que recentemente escreveram a comédia ácida no estilo dos Irmãos Coen chamada “Boat Story” para a BBC. Eles foram acusados às vezes de se perderem demais no absurdo, e embora Dornan diga que entende essas críticas, ele também adora quando um roteiro dá uma virada inesperada.

“Eu sei que algumas pessoas não gostaram de ‘Boat Story’, mas eu adorava que fosse simplesmente tão maluco! Eu preferiria assistir algo assim do que um drama de mistério chato e previsível com…” Ele parece perceber meu gravador e fica calado. “Estava prestes a começar a citar atores, mas não posso fazer isso com esse negócio ali. Mas algo estranho pra c*** e não-linear – isso não é simplesmente muito interessante?”

A mudança de ‘The Tourist’ para a Irlanda resulta em uma atmosfera menos exuberante, com menos elementos de caráter exótico desta vez, uma ideia que Dornan admite ter sido dele. Mais como uma exigência, na verdade. “Não teria conseguido fazer na Austrália novamente, se eu for realmente honesto – principalmente por questões logísticas envolvendo minha família”, ele diz. Dornan é casado com a musicista e compositora Amelia Warner (que se apresentou sob o nome Slow Moving Millie) desde 2013, e eles têm três filhas; todos se mudaram para ‘Adelaide’ por seis meses enquanto Jamie filmava a primeira temporada. ‘Nos divertimos muito’, diz ele, ‘mas não posso fazer isso com minha família a cada dois anos. Não é assim que quero viver minha vida.’”

Ele também entende o risco de reviver uma série de TV de sucesso para mais episódios. Um caso de retornos decrescentes afetou, afinal, “The Fall”. As duas primeiras temporadas foram um estrondoso sucesso, mas a terceira temporada foi um buraco criativo – algo que até mesmo Dornan notou na época. “Lembro-me de sentir que as pessoas poderiam ter dispensado a terceira”, ele ri. “A primeira temporada foi vital e impactante, bastante sísmica… e certamente mudou minha vida da noite para o dia. Então, a segunda temporada era inevitável e necessária. Mas a terceira talvez tenha exagerado um pouco.”

Dornan sempre achou difícil evitar ouvir o que o público pensa sobre ele ou seu trabalho. Ele sabe que as pessoas se voltaram contra “The Fall”. Ele sabe que as pessoas têm opiniões sobre ele (talvez, provavelmente não) interpretando James Bond. Ele leu todas aquelas críticas ruins de “Cinquenta Tons de Cinza”. Eu digo a ele – embora eu não tenha certeza se ele acredita em mim – que eu realmente gostei do primeiro “Cinquenta Tons de Cinza”. Era glamouroso, sexy e parecia ter um toque de ironia – sem dúvida, em grande parte graças à roteirista Kelly Marcel e a diretora Sam Taylor-Johnson. Ambos pareciam tratar a premissa com respeito quando necessário, mas também zombavam dela quando era tempo de não levar a sério.

Taylor-Johnson, Dornan e sua colega Dakota Johnson – a inocente curiosa do filme para o seu deus do sexo ardente – eram aliados próximos, mas a visão compartilhada deles para a trilogia entrava em conflito com a da mulher por trás dos romances, a enigmática quase-criadora de palavras E.L. James. Taylor-Johnson certa vez afirmou que “cada cena era uma batalha”, comparando sua dinâmica com James a “subir uma ladeira íngreme através de piche pegajoso”. James obteve o que queria no final, com Taylor-Johnson sendo afastada da franquia e seu marido sendo recrutado para escrever os roteiros dos dois filmes subsequentes (Cinquenta Tons Mais Escuros e Cinquenta Tons de Liberdade). Dornan e Johnson estavam contratualmente obrigados a fazer as sequências, então tiveram que sorrir e, bem, suportar.

“Foi muito diferente sem a presença da Sam”, diz Dornan hoje. “Você entra nesses projetos onde constrói toda essa confiança e conexão com uma pessoa, e então essa pessoa é retirada. Há uma quebra, e é consertada de uma maneira que não se encaixa da mesma forma que antes.” Ele esboça um sorriso irônico. “É assim que eu vou dizer isso. Foi difícil por várias razões. Mas a sensibilidade e compreensão que a Sam tinha em relação a tudo isso eram, na minha opinião, bastante vitais.” Os dois filmes subsequentes foram filmados consecutivamente, sob a direção de James Foley. “O primeiro rendeu muito dinheiro, mas os críticos não gostaram – então, isso por si só mudou as regras do jogo. Foi uma experiência singularmente estranha, e eu teria realmente gostado de vê-la ser o que originalmente estava destinada a ser sob a direção da Sam.”

Eu começo a perguntar sobre a loucura que cercou esses filmes, especificamente o grupo de fãs conspiracionistas que insistem que Dornan e Johnson são um casal na vida real há anos e são pais de uma prole de crianças secretas – mas Dornan interrompe. Então a conversa fica bem sombria.

“Tentei construir barreiras em torno (dos fãs), realmente tentando não deixar isso entrar”, ele diz. “Eu sou bastante habilidoso em simplesmente ignorar informações desnecessárias relacionadas ao fandom que seja – não deixando isso me afetar, ou mais importante, minha família.” Ele suspira. “Já estive em situações em que isso afetou minha família. Tive uma situação… um tipo de situação de perseguição antes da Covid. Aquilo foi assustador pra c***lho. Alguém apareceu na minha casa quando minhas filhas estavam lá.” Ele fica em silêncio. “Quanto mais eu consigo ignorar isso, melhor para mim e para a família.”

Quando coisas assim acontecem, pergunto, isso muda a forma como ele escolhe os projetos? Ele faria algo tão grande novamente?

“Não sei, porque obviamente isso foi todo o desdobramento de ‘Cinquenta Tons’ e a histeria em torno dessa franquia”, ele diz. “Nunca mais haverá algo como ‘Cinquenta Tons’. Parecia muito único, especialmente porque se concentrava em torno do sexo. Mas obviamente há outros trabalhos que trazem uma escrutina insana, como coisas de super-heróis, ou James Bond – qualquer coisa do tipo. Até agora, tenho me saído muito bem para evitar esse tipo de coisa.”

Mas ele já demonstrou interesse. Em 2021, ele disse ao The New York Times que teve reuniões com a Marvel e adoraria ter uma carreira como a de Robert Pattinson – que pode transitar facilmente entre filmes de estúdio caros e produções independentes mais ousadas. E estamos nos encontrando algumas semanas depois de um relato afirmar que Dornan fez recentemente um teste de tela para o reboot do Quarteto Fantástico da Marvel, apenas para perder o papel de Sr. Fantástico para Pedro Pascal. Ele é rápido em desacreditar essa história.

“Acho que se você é um ator de certo renome, que tem certo tipo de reconhecimento, você vai estar nessas conversas”, ele diz. “Não estou dizendo que nunca faria algo super proeminente novamente, ou uma grande [propriedade intelectual] com todos os olhos voltados para ela… provavelmente farei. Mas também estou realmente feliz com onde estou agora. Posso levar uma vida bastante normal na maior parte do tempo. Posso andar de metrô e está tudo bem. Sou uma pessoa ambiciosa, e tenho um fogo dentro de mim, mas nos últimos 10 anos ou mais, percebi que não quero grandes picos o tempo todo. Isso não me interessa. Estou feliz em continuar como estou, depois um dia simplesmente desaparecer e jogar golfe pelo resto da minha vida.”


Se Dornan parece indeciso, é apenas porque ele foi muito além do que a maioria. Ele nasceu de pais que foram impedidos de seguir seus sonhos criativos – seu pai foi forçado pelos pais a recusar uma vaga na Rada [Royal Academy of Dramatic Art], enquanto sua mãe não foi autorizada pelos pais a estudar arte. Em vez disso, foram direcionados para empreendimentos mais práticos, especialmente a medicina.


“Eu teria sido dispensável se não tivessem feito isso, porque eles só se conheceram porque meu pai foi para a faculdade de medicina e minha mãe foi para a escola de enfermagem”, ele ri. “Mas há algo encantador em experimentar, de certa forma, os sonhos deles através de mim.” A mãe de Dornan faleceu de câncer pancreático quando ele tinha apenas 16 anos, mas seu pai – que faleceu em 2021 – conseguiu testemunhar o florescimento de sua carreira de ator. “Algumas pessoas, especialmente os homens, passam a vida toda sem que o pai lhes diga que os ama ou que está orgulhoso deles”, ele diz, “mas eu ouvia isso literalmente todos os dias do meu pai. Eu pude levá-lo para estreias e fazê-lo vivenciar muitas coisas boas que aconteceram na minha vida, e ele realmente se empolgava com isso.”

Toda vez que Dornan conseguia um trabalho como ator, seu pai ligava e perguntava com quem ele estaria trabalhando. “Pessoas realmente incríveis, como Sebastian Stan, Anthony Mackie ou Kristen Wiig, mas obviamente papai não conheceria nenhum deles.” No entanto, Belfast foi diferente. “Foi tão legal poder dizer, ahh, estou trabalhando com Judi Dench e Ciaran Hinds, e Kenneth Branagh está dirigindo – ele ficava tipo ‘Uau!'”

O pai de Dornan faleceu antes que pudesse ver Belfast, mas ele conseguiu assistir a Barb and Star Go to Vista Del Mar – outro dos favoritos pessoais do ator, principalmente porque foi uma mudança radical para ele. A comédia de 2021 serviu como o próximo projeto de Wiig após Bridesmaids e girava em torno de um par excêntrico de amigas que precisam impedir um supervilão de liberar uma horda de mosquitos assassinos sobre um público desprevenido. Dornan interpreta o capanga incrivelmente vazio do vilão, que em certo momento realiza um elaborado número musical no qual faz piruetas pelas dunas de areia e serenata uma gaivota. É, com toda seriedade, o melhor trabalho de Dornan até hoje.


“Aquele filme foi seriamente afetado pela Covid, mas agora tem uma legião de fãs tão dedicados”, ele diz. “Provavelmente estou mais próximo daquele personagem do que de qualquer outro que interpretei – se bem que um pouco mais inteligente. Acho que, no fundo, sou realmente muito bobo, você sabe?”

Ele lembra que sua família voou para vê-lo durante as filmagens – e a visita delas coincidiu com o dia em que ele estava gravando seu número musical. “Estou em um jet ski encalhado, a máquina de vento está bagunçando meu cabelo, e estou fazendo playback e fazendo todas essas coisas estúpidas”, diz ele. “Eles gritam ‘corta’ e Millie vem até mim e diz, ‘Eles sabem que você está apenas sendo você mesmo?’ E eu respondo, ‘Fica quieta, eles não deveriam saber disso.'”

Estou começando a entender o que Sir Kenneth queria dizer.

‘The Tourist’ estreia na BBC One em 1 de janeiro, e aqui no Brasil, a primeira e a segunda temporada serão disponibilizadas na Netflix nos dias 01 e 29 de fevereiro.

Fonte: The Independent | Tradução: Jamie Dornan Brasil


Jamie Dornan concedeu uma entrevista ao jornal Independent IE e discutiu como seria a unificação entre as Irlandas, além de compartilhar detalhes sobre as filmagens da segunda temporada de ‘The Tourist’. Leia a tradução abaixo:

Jamie Dornan revelou que ficaria “muito curioso” em saber o que uma Irlanda unida significaria para a saúde, educação e economia. O ator, nascido em Belfast, afirmou que está “muito aberto” à ideia.

Dornan (41) disse: “Por muito tempo, têm adotado uma abordagem equivocada na comunicação, e é necessário explicar às pessoas como seria em termos de saúde, educação e economicamente, além das nuances do cotidiano. Devemos nos afastar da sentimentalidade, das bandeiras e de toda essa confusão que tem prejudicado o lugar por muitos anos.”

Ele falou sobre uma Irlanda unida: “Eu ficaria bastante curioso para saber como seria. Existe uma maior disposição para discutir sobre isso do que houve em toda a minha vida, e estou muito receptivo à ideia.”

O ator, que é casado com Amelia Warner e tem três filhas, falou antes da estreia de uma nova temporada da popular série de suspense “The Tourist” no Dia de Ano Novo.

A segunda temporada se concentrará em Elliot e na policial novata Helen Chambers (interpretada por Danielle Macdonald) enquanto continuam a procurar respostas relacionadas à identidade dele. Ao fazer isso, eles são obrigados a enfrentar as perigosas consequências de suas ações passadas.

As filmagens para a segunda temporada ocorreram na Irlanda, e os espectadores terão a chance de ver os resultados no início da próxima semana.

Dornan, que atuou em filmes e programas de TV como “The Siege of Jadotville” e “The Fall”, disse que a produção foi como “um comercial de Turismo da Irlanda”, devido à maneira como apresentou o país, expressando seu agradecimento à equipe irlandesa com quem trabalhou na produção.

“The Tourist” segue Elliot (Dornan), um sobrevivente de um acidente de carro com amnésia, natural da Irlanda do Norte, que tenta reconstruir sua vida antes de desvendar um mistério maior. Toda a ação se desenrola enquanto Elliot fica perdido no deserto australiano.

Dornan disse que seria uma grande mudança para o público, acostumado com cenários diferentes na série.

“Espero que eles apreciem tanto quanto o primeiro. Estamos oferecendo algo um pouco diferente puramente em termos de geografia. Sinto que a cor do outback, a sua grandeza e o medo foram personagens essenciais na primeira temporada”, disse ele. “Nesta vez, retiramos isso, e subitamente passamos da terra alaranjada do outback para as exuberantes paisagens verdes da Irlanda. Especialmente no primeiro episódio, parece um anúncio do Turismo da Irlanda.”

“É algo diferente, e espero que as pessoas estejam abertas a isso e obtenham a mesma satisfação que tiveram com a primeira temporada. O humor está presente, e a história é tão louca quanto na primeira temporada.”

Em relação à experiência como produtor [executivo], Dornan comentou: “Foi excelente. Foi uma daquelas oportunidades que surgiram para mim, e eu estava empolgado para aceitá-la. Também é gratificante fazer isso em uma posição em que já tenho relacionamento com todos os envolvidos e entrar nisso já tendo dedicado tanto ao projeto.”

Fonte: Independent IE | Tradução: Jamie Dornan Brasil

error: Content is protected !!